quinta-feira, 2 de abril de 2009

Audiência sobre segurança pública da Arquidiocese de Belém

Aconteceu hoje, às 18:45h, no auditório do IFPA (antigo CEFET), a Audiência Pública sobre segurança pública, promovida pela Arquidiocese de Belém. Foram convidados Ministério Público Estadual, Tribunal de Justiça do Estado, Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, Secretaria Executiva de Segurança Pública, Casa Civil do Governo do Estado, Assembléia Legislativa do Estado, Prefeituras Municipais de Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara e Benevides. Das entidades convidadas, enviaram representantes o TJE e Prefeitura de Belém. Além desses, compuseram a mesa a titular da Ouvidoria do Sistema de Segurança Pública e representante da Procuradoria Geral do Estado.
Os representantes do TJE e da Procuradoria Geral do Estado manifestaram-se afirmando não ter poder para atender as demandas apresentadas pelo público. Já a Ouvidoria questionou as ações do Estado alegando que algumas delas estimulam a letalidade policial, citando a megaoperação intitulada Operação Reação, que ocorreu em resposta ao assassinato de policiais, resultando na morte de vários possíveis envolvidos.
O representante da PMB citou as ações e políticas públicas da prefeitura no combate à violência, como as ações voltadas para a juventude através da SEJEL (Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer) e a criação dos "Territórios de Paz" em parceria com o governo estadual e federal, que de início contemplará os bairros da Terra Firme, Guamá e Cremação.
O público participou levantando questionamentos como a falta de uma política pública eficaz, principalmente voltada para crianças e adolescentes que estão morando nas ruas em situação de risco social. No jurunas, por exemplo, segundo Graça Trapassos do Movimento de Emaús, 261 crianças e adolescentes vivem nessa situação. Outra questão levantada foi a problemática em
torno do sistema carcerário e a falta de suporte ao egresso do sistema penal, que possui pouca oportunidade de reintegração ao convívio social. Vale ressaltar que os egressos são na majoritariamentre negros e jovens com baixa escolaridade. Houve ainda uma manifestação de um jovem representando o movimento Hip-Hop do Tapanã, que denunciou a forma seletiva em que ocorrem as abordagens da polícia, direcionadas principalmente a indivíduos que se aproximam a um determinado esterótipo: cabelo crespo, pele negra ou parda, vestidos com trajes identificados ao movimento hip hop, e tatuados.
As última intervenções foram no sentido de repudiar a ausência de representantes do Executivo estadual, municipal e Ministério Público, prejudicando o objetivo do evento. Porém, foi dito que a participação popular é fundamental para pressionar o poder público a cumprir o seu papel.
No final, a platéia comprometeu-se em participar das câmaras setoriais (criança e adolescente, negro, mulher, assistência, segurança, meio ambiente, cultura, infra-estrutura). Os membros da mesa se comprometeram a levar ao poder Executivo, estadual e municipal, a necessidade da participação em tais câmaras. O coordenador da mesa, Pe. Bruno Sechi, agradeceu calorosamente de todos e todas em mais um ato em defesa da vida.

"A Paz é Fruto da Justiça"

A mestre de cerimônia, Adelaide

Algumas intervenções



Mesa

Platéia

3 comentários:

Unknown disse...

Acredito que a estratégia deve ser bombardear o poder público de ações fiscalizadoras, cobradoras e intimidadoras do descaso. Mostrar que não somos bobos, exigimos respostas às nossas necessidades e não aceitamos ser ludibriados. Sabemos que o Estado, em todas as esferas, tem condições de planejar e realizar ações solucionadoras da questão "Segurança Pública", em todos as suas dimensões, e vamos cobrar até que a administração pública dê contas do recado.

Patricia Nascimento

Anônimo disse...

Parabéns ao padre Bruno Secchi e a todos que estão envolvidos no projeto. Cidadania se faz dessa forma, com organização e cobrança de quem tem o poder nas mãos. Além de segurança pública a Terra Firme, Belém e o Pará precisam de escolas públicas integrais e de qualidade, para os pais terem a segurança de trabalhar e deixar os filhos com confiança de que estão planejando o futuro. Precisam também de geração de renda e acima de tudo, precisam da ajuda da igreja para estarem sempre em comunhão com Deus, que é o principal na vida.
Enfim, precisam de cidadania e aí duvidoooooooo se os índices de analfabetismo, criminalidade e outros coisas ruins não vão desabar. É a lógica.

Um grande abraço.

Aline Brelaz

Anônimo disse...

Ao povo lutador da CJP:
Aqui é a anna cláudia lins, advogada e agora na direção do projeto Fábrica Esperança.
Estou entrando aqui pela primeira vez e queria parabenizar a todos e todas e mandar um beijão pro Francisco.
Fiquei especialmente interessada em postar este comentário, pois li a matéria e vi que as discussões foram bastante relevantes. Quanto ao egresso do sistema penal nosso projeto hoje está empregando quase 300 homens e mulheres excluidos de nossa sociedade. O projeto não dá conta da questão, mas é um começo e estamos acumulando praticas e discussões. Gostaria que vcs viessem conhecer o projeto e assim criarmos uma parceria permanente. Visitem o site e nos visitem também: www.fabricaesperanca.org.br -
Fone da Fábrica Esperança: 3039 13 51 ou 3039 1361.
Abraços fraternais,
Anna Lins